"O ser humano é uma obra prima que não se repete."

quinta-feira, 10 de julho de 2014

TESTES DE OMBRO

TESTE DA LATA VAZIA (JOBE):

Posição de teste: O paciente fica em pé com ambos os ombros abduzidos a 90º, aduzidos horizontalmente a 30º e rotados medialmente de modo que os polegares do paciente apontem para baixo.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo do paciente para elevar os ombros.

Achados positivos: Deve-se suspeitar de comprometimento do músculo supra-espinhal e/ou de seu tendão em caso de fraqueza e/ou relato de dor.

Considerações/Comentários especiais: Fraqueza do músculo supra-espinhoso pode ser resultado de comprometimento nervoso. A dor relatada pode ser indicativo de tendinite e/ou impacto.



TESTE DE YERGASON:

Posição de teste: O paciente senta-se com o cotovelo flexionado 90º e estabilizado junto ao tronco. O antebraço fica em pronação. O examinador apóia uma das mãos sobre o antebraço do paciente e a outra sobre a porção proximal do úmero do paciente próximo ao sulco intertubercular.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo do paciente para supinação do antebraço e rotação lateral do úmero.

Achados positivos: A dor relatada na região do sulco intertubercular é um achado positivo que pode indicar tendinite bicipital.

Considerações/Comentários especiais: Este é um teste difícil de ser realizado. O examinador pode ser mais acurado para diagnosticar tendinite bicipital simplesmente palpando o tendão da cabeça longa do bíceps braquial no sulco intertubercular.



TESTE DE SPEED:

Posição de teste: O paciente fica sentado na mesa de exame ou de pé. O ombro afetado é flexionado a 90º, o cotovelo fica em extensão completa, e o antebraço em supinação. O examinador apóia uma das mãos sobre a face medial do antebraço e a outra mão na região proximal do úmero do paciente próximo ao sulco intertubercular.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo de flexão do cotovelo do paciente.

Achados positivos: Incômodo e/ou dor no sulco intertubercular é um achado positivo que pode sugerir tendinite bicipital.

Considerações/Comentários especiais: O examinador deve observar cuidadosamente se o antebraço está em supinação e se o paciente não utiliza musculatura acessória que possa mascarar falta de força muscular (compensação).



SINAL DE LUDINGTON

Posição de teste: O paciente fica sentado ou de pé e o examinador coloca-se de pé por trás do paciente. O paciente entrelaça os dedos das mãos e os apóia na região póstero-superior da cabeça.

Ação: O examinador palpa a cabeça longa do bíceps braquial bilateralmente enquanto o paciente contrai os músculos de ambos os lados simultaneamente.

Achados positivos: Aumento de dor é um indicativo de tendinite da cabeça longa do bíceps braquial. Diminuição da tensão no tendão à palpação pode indicar incapacidade ou dificuldade de contração forte do bíceps braquial.

Considerações/Comentários especiais: O paciente deve estabilizar a cabeça umeral durante a contração e empurrar as mãos contra a cabeça para estabilização. A ausência de tensão pode ser resultado de ruptura da cabeça longa do bíceps.



TESTE DA QUEDA DO BRAÇO:

Posição do teste: O paciente senta-se na mesa de exame ou fica de pé.

Ação: O examinador abduz passivamente até 90º o braço afetado do paciente e então orienta o paciente a baixá-la lentamente.

Achados positivos: O paciente é incapaz de levar lentamente o braço até junto do corpo e/ou sente dor significativa quando tenta realizar o movimento. Isto é indicativo de patologia do manguito rotador.

Considerações/Comentários especiais: Se o examinador suspeitar de patologia do manguito rotador antes de realizar o teste, deve estar preparado para auxiliar o paciente no caso de este demonstrar incapacidade de controlar a adução do braço.



TESTE DE APLEY (DA COCEIRA):

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em pé.

Ação 1: O paciente é orientado a levar uma das mãos até o ombro oposto. Repetir com a outra mão para o outro lado.

Achados positivos 1: Resultados assimétricos entre os lados são positivos. A incapacidade de tocar o ombro do lado oposto é indicativa de adução, rotação medial e flexão horizontal na articulação glenoumeral. Limitação na protração escapular também pode produzir resultados assimétricos.

Ação 2: O paciente é orientado a colocar o braço sobre a cabeça e alcançar um ponto atrás do pescoço como se estivesse se coçando. Repetir o movimento para o lado oposto.

Achados positivos 2: Resultados assimétricos entre os lados são um achado positivo. Amplitude diminuída em um dos lados é indicativa de abdução e rotação lateral limitadas, e de rotação superior e elevação da escápula também limitadas.

Ação 3: O paciente é orientado a colocar o dorso da mão nas costas e fazer um pequeno movimento para cima e para baixo. Repetir o movimento com lado oposto.

Achados positivos: Resultados assimétricos entre os lados são positivos. Amplitude diminuída em um dos lados é indicativo de adução e rotação medial limitadas, e de retração e rotação para baixo da escápula também limitadas.

Considerações/Comentários especiais: Cada um desses movimentos é um teste ativo para a mobilidade funcional do ombro. Deve se tomar cuidado para isolar os movimentos comprometidos. Não raro, o paciente apresenta restrição discretamente maior no ombro dominante em comparação com o ombro não-dominante, por causa do aumento da massa muscular no lado dominante. Para os dois últimos componentes, o examinador pode correlacionar o polegar do paciente com o nível do processo espinhoso que está sendo utilizado como referência. O examinador também deve avaliar assimetrias escapulares que possam estar presentes durante os movimentos da articulação glenoumeral.



TESTE CRUZADO DO IMPACTO:

Posição de teste: Paciente sentado. O examinador fica em pé com uma das mãos apoiada por trás do ombro do paciente para estabilizar o tronco e a outra mão apóia o cotovelo.

Ação: Com o tronco do paciente estabilizado, o examinador passivamente realiza adução horizontal máxima do ombro.

Achados positivos: Dor na face superior do ombro indica patologia da articulação acromioclavicular. Dor anterior no ombro é indicativa de patologia do subescapular, do supra-espinhoso e/ou da cabeça longa do bíceps braquial.



TESTE DO IMPACTO POSTERIOR:

Posição de teste: Paciente em decúbito dorsal sobre a mesa de exame com o ombro afetado entre 90º e 110º de abdução e 10º a 15º de extensão. O cotovelo do lado afetado é flexionado a 90º. O examinador fica de pé com uma das mãos segurando o punho e a outra segurando o cotovelo do paciente.

Ação: O examinador lentamente roda o braço do paciente em rotação lateral máxima.

Achados positivos: A ocorrência de dor na face posterior do ombro é indicativa de patologia do manguito rotador e/ou patologia labral posterior.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser confundido com o teste de apreensão ou o de relocação. O teste de impacto posterior produz dor posterior no ombro, enquanto o teste de apreensão produz dor anterior e apreensão. Clinicamente, o teste do impacto posterior está em geral correlacionado com as queixas subjetivas de dor na face súpero-posterior do ombro durante o final da elevação do membro antes de um arremesso ou na natação.



TESTE DO IMPACTO DE NEER:

Posição de teste: Paciente sentado ou de pé com ambos os membros superiores relaxados. O examinador fica de pé com uma das mãos sobre a escápula (por trás) e a outra segurando o cotovelo do paciente.

Ação: Com a escápula do paciente estabilizada, o examinador passivamente realiza flexão máxima do ombro afetado.

Achados positivos: Dor no ombro e apreensão são indicativos de impacto no ombro, particularmente do supra-espinhal e da cabeça longa do bíceps braquial.

Considerações/Comentários especiais: Um teste falso positivo pode ser provocado se o paciente apresentar limitações na flexão do ombro de modo que o impacto não seja o fator de limitação.



TESTE DE IMPACTO DE HAWKINS-KENNEDY:

Posição de teste: Paciente sentado ou de pé com os membros superiores relaxados. Examinador de pé com uma das mãos segurando o cotovelo, e a outra, o punho do paciente, ambas no membro afetado.

Ação: O examinador flexiona o ombro a 90º e então roda medialmente.

Achados positivos: Dor no ombro e apreensão são indicativas de impacto no ombro, particularmente de tendão do supra-espinhoso.

Considerações/Comentários especiais: Este teste tende a ser mais sensível para a avaliação de impacto subacromial.



TESTE DE ESTRESSE DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR:

Posição de teste: O paciente fica sentado com o braço do lado afetado relaxado ao longo do corpo. O examinador fica de pé de frente ao paciente, colocando uma das mãos na extremiadade proximal da clavícula e a outra sobre a espinha da escápula.

Ação: O examinador aplica sobre a clavícula pressão suave para baixo e para trás, observando qualquer movimento na articulação esternoclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da clavícula indica distensão do ligamento esternoclavicular com possível envolvimento do ligamento costoclavicular.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser realizado se houver deformidade observável na articulação esternoclavicular. Deve ser aplicado com cuidado em casos de suspeita de lesão na região da traquéia, aém da patologia esternoclavicular.



TESTE DE TRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR:

Posição de teste: O paciente fica sentado de lado com o ombro afetado relaxado e o cotovelo em flexão de 90º. O examinador fica em pé próximo ao lado comprometido e, com uma das mãos, segura o braço do paciente pouco acima do cotovelo. A outra mão do examinador é colocada sobre a articulação acromioclavicular afetada.

Ação: O examinador aplica sobre o braço suave pressão para baixo, observando qualquer movimento na articulação acromioclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da escápula abaixo da clavícula é positivo, indicando distensão do(s) ligamento(s) acromioclavicular e/ou coracoclavicular.



TESTE DE COMPRESSÃO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR (CISALHAMENTO):

Posição de teste: O paciente senta-se com o braço afetado para fora da mesa do exame. O examinador fica de pé próximo ao lado afetado, apoiando uma das mãos sobre a clavícula do paciente e a outra sobre a espinha da escápula.

Ação: O examinador delicadamente aproxima as mãos e observa qualquer movimento na articulação acromioclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da clavícula é uma indicação positiva de distensão do(s) ligamento(s) acromioclavicular e/ou coracoclavicular.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser realizado se houver deformidade observável da articulação acromioclavicular.



SINAL DA TECLA DO PIANO:

Posição de teste: O paciente fica sentado com o membro afetado relaxado e para fora da mesa de exame, ou fica de ope de frente para o examinador.

Ação: O examinador aplica pressão para baixo, sobre a extremidade lateral da clavícula do paciente.

Achados positivos: O examinador é capaz de abaixar a clavícula até a sua posição normal ao aplicar pressão para baixo e depois observa a clavícula se elevar novamente. O achado é indicativo de instabilidade da articulação acromioclavicular no lado afetado.

Considerações/Comentários especiais: O examinador deve sempre utilizar uma comparação bilateral quando avalia a amplitude da elevação e da depressão da clavícula afetada. Elevação significativa da clavícula pode também indicar comprometimento da articulação coracoclavicular.


(EM CONSTRUÇÃO)


domingo, 15 de junho de 2014

TESTES DA COLUNA VERTEBRAL CERVICAL

TESTE PARA A ARTÉRIA VERTEBRAL

Posição: O paciente fica em decúbito dorsal, e o examinador se posiciona sentado com ambas as mãos sustentando a cabeça do paciente.

Ação: Girar lentamente a cabeça do paciente, e flexionar no sentido lateral a coluna vertebral cervical para cada lado. Observar então se o paciente apresenta vertigem, borramento visual, nistagmo, fala enrolada ou perda da consciência. Cada posição deve ser mantida por 30 segundos.

Achados positivos: Vertigem, borramento visual, nistagmo, fala enrolada ou perda da consciência são indicativos de obstrução parcial ou completa da artéria vertebral.

Considerações/Comentários especiais: Os sinais e sintomas anteriormente mencionados devem ser considerados contra-indicações para tratamentos tais como tração ou mobilização articular na região cervical.




TESTE DE COMPRESSÃO NERVOSA (SPURLING)

Posição de teste: Com o paciente sentado confortavelmente, o examinador apóia as palmas das mãos no alto da cabeça do paciente.

Ação: O examinador aplica pressão para baixo enquanto o paciente flexiona lateralmente a cabeça. O teste é repetido com o paciente flexionando a cabeça para o lado oposto. A flexão lateral pode ser realizada tanto ativamente como passivamente.

Achados positivos: Durante a compressão, um relato de dor no membro superior do mesmo lado que o da flexão da cabeça é positivo. Isto indica a pressão sobre uma raiz nervosa, que pode estar relacionada com a distribuição dermatomal da dor.

Considerações/Comentários especiais: Devem ser tomadas precauções (e possivelmente proibição) quanto à área de compressão vertebral em pacientes que têm diagnóstico de osteoartrite, artrite reumatóide, osteoporose e estenose cervical. Antes de aplicar este teste em especial, o examinador deve realizar o teste da artéria vertebral.




TESTE DE TRAÇÃO

Posição de teste: Com o paciente sentado, o examinador coloca uma das mãos sob o queixo e a outra na nuca do paciente.

Ação: O examinador traciona lentamente a cabeça do paciente para cima enquanto o paciente se mantém relaxado.

Achados positivos: O achado é positivo quando existe relato de diminuição ou desaparecimento da dor durante a tração. Isto indica possível existência de compressão de raiz nervosa quando o paciente mantém a postura e/ou posicionamento habitual.

Considerações/Comentários especiais: A tração da região cervical para avaliação de compressão de raiz nervosa não deve ser realizado se o paciente apresenta instabilidade vertebral. Qualquer aumento da dor pode indicar lesão muscular e/ou ligamentar. O examinador deve realizar o teste da artéria vertebral antes de aplicar este teste em especial.




MANOBRA DA VALSALVA

Posição de teste: O paciente deve estar sentado. O examinador fica de pé próximo ao paciente.

Ação: O examinador pede ao paciente que inspire profundamente e sustente o fôlego enquanto faz força como para ativar o intestino.

Achados positivos: Aumento da dor pelo aumento da pressão intratectal, que pode ser secundária a uma lesão por diminuição de espaço, hérnia de disco, tumor, osteófito no canal vertebral cervical é um achado positivo. A dor pode estar localizada ou referida para o dermátomo correspondente.

Considerações/Comentários especiais: A pressão aumentada pode alterar a função circulatória e causar vertigem ou inconsciência. O examinador deve estar alerta para amparar o paciente.




TESTE DE DEGLUTIÇÃO:

Posição de teste: O paciente deve estar sentado. O examinador de pé próximo ao paciente.

Ação: O examinador pede ao paciente que engula.

Achados positivos: Aumento da dor ou dificuldade para engolir (disfagia) causada por obstrução cervical anterior, tal como subluxação, protrusão de osteófitos, edema de tecidos moles ou tumores na região cervical anterior, é positivo.

Considerações/Comentários especiais: Certifique-se de que a cabeça do paciente esteja em posição neutra, uma vez que a deglutição é mais difícil com o pescoço estendido.




SINAL DE TINEL

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em decúbito dorsal.

Ação: O examinador palpa delicadamente a região próxima ao ponto de Erb. O ponto de Erb localiza-se anteriormente ao processo transverso de C6, aproximadamente 2 centímetros acima da clavícula.

Achados positivos: Um relato subjetivo de alteração sensorial percebida no membro superior homolateral que resulta em aumento da dor ou ausência/diminuição da sensibilidade é considerado positivo, indicando patologia do plexo braquial.


Considerações/Comentários especiais: Esta região é considerada aquela em que o plexo braquial está mais superficial. Um achado positivo deve ser associado a uma avaliação cervical completa prévia para qualquer patologia do plexo braquial.



sábado, 26 de abril de 2014

TESTES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

SINAL DE CHVOSTEK

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em pé.

Ação: O examinador palpa o músculo masseter e a glândula parótida.

Consideração/Comentários: Espasmo dos músculos faciais pode também ser resultado de um nível baixo de cálcio no sangue. Um achado positivo desta natureza também pode ser descrito com sinais de Weiss.




TESTE DA CARGA

Posição de teste: Paciente fica sentado ereto.

Ação: O examinador coloca um rolo de algodão entre os dentes molares do lado não afetado e orienta o paciente a morder com força.

Achados positivos: A dor relatada pelo paciente no lado afetado é um achado positivo, que pode ser consequência de um deslocamento anterior do disco.

Considerações/Comentários: O paciente pode ser instruído a mastigar o algodãao, em que de mordê-lo com força. Um achado positivo de dor pode surgir uma variedade de patologias temporomandibulares.




TESTE DA PALPAÇÃO

Posição de teste: O paciente fica sentado, ereto.

Ação: O examinador fica de frente para o paciente e coloca o dedo mínimo sobre as orelhas do paciente. O paciente é orientado a abrir e fechar a boca repetidamente enquanto o examinador aplica pressão em direção anterior com as polpas dos dedos.

Achados positivos: O relato subjetivo de dor ou desconforto durante a abertura ou fechamento da boca, quando se aplica pressão, indica um teste positivo. Este pode ser resultado de inflamação da sinóvia da articulação temporomandibular (ATM).

Considerações/Comentários especiais: O relato de dor pode ser resultado de qualquer patologia da ATM.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

MUSICOTERAPIA

OS BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA EM DIFERENTES SITUAÇÕES:


 A música é a arte da combinação de sons e ritmos harmônicos e melódicos, seguindo uma pré-organização ao longo do tempo. É conhecida como prática pré-histórica, provavelmente decorrente dos sons da natureza, sendo aperfeiçoada ao longo do tempo de acordo com a prática natural humana. É característica peculiar, visto que cada civilização possui seus diferenciais. Dentre as várias utilidades da música, tem-se o efeito terapêutico, também utilizado desde os primórdios e documentado em diferentes períodos. Vários benefícios foram registrados em diferentes culturas.

O interesse da música sobre a saúde começou a surgir a partir do século XXI, especialmente sobre o controle e redução da dor. Além disso, a importância da interação entre paciente e música auxilia na promoção da saúde através de experiências musicais. O mecanismo ainda permanece obscuro, mas a hipótese fisiológica é a liberação de peptídeos opióides endógenos, como a endorfina, através da etimulação da glândula pituitária. Há, então, a redução da dor e da necessidade de anestésicos. A redução das frequências cardíaca e respiratória parece estar associada à redução das catecolaminas. Foi encontrada, também, a redução da ansiedade, especialmente presente em pacientes hospitalizados. Sons ritmados e harmônicos podem aliviar dores físicas e emocionais, além de agir em parâmetros hemodinâmicos.

No estudo realizado por HATEM et al. foi encontrada a minimização dos distúrbios cardíacos em repouso, relaxamento muscular e benefícios no sono. É importante salientar que se adequou a música ao gosto do indivíduo. Constatou-se, também, a necessidade de mais estudos com o foco no ritmo, tempo, harmonia e timbre; a fim de concluir-se exatamente as alterações que cada um traz durante a terapia.

No estudo de ARNON 2011, a música foi usada em mães lactentes na unidade de terapia intensiva, sendo submetidas a 3 sessões por semana com duração de 1h. A preferência da música é de ninar, com tom mais baixo e um ritmo mais lento, visto que música clássica pode ser inadequada por gerar um estado de alerta. A expressão verbal, expressão musical, canções de ninar, relaxamento e encerramento foram empregados, resultando no aumento do aleitamento materno. Esses resultados foram observados até 60 dias após o término da terapia. Além disso, os benefícios maternos se estenderam à redução da ansiedade, mostrando-se mais eficaz quando associada ao contato com o filho. Os lactentes, por sua vez, apresentaram ganho de peso, redução dos comportamentos de estresse e do tempo de hospitalização, níveis elevados de oxigênio por curtos períodos de tempo. As canções de ninar administradas simultaneamente à sucção da chupeta potencializou-a.

Diferentes métodos de musicoterapia foram empregados, sendo eles música gravada, música ao vivo, uso de instrumentos, voz feminina terapeuta e voz materna. Através da música ao vivo feminina com o uso de harpa, foi possível observar redução na frequência cardíaca e redução da ansiedade em lactentes prematuros estáveis. É importante salientar que o lactente é inábil para diferenciar música de barulho ambiente dos 9 aos 12 meses e que o reconhecimento da voz da mãe tem início antes dos 24 meses. Não há registro de pesquisas que envolvam sons produzidos por brinquedos e rádios, no entanto sabe-se que possuem som superior ao considerado inofensivo à audição humana. Constatou-se, também, que o cantar da mãe, especialmente simultâneo a outros estímulos como o contato com a pele, é uma maneira mais eficaz de promover o relaxamento para lactentes.

Uma pesquisa norte-americana realizada em 2006 constatou que 72% das UTIs neonatais já adotaram a musicoterapia para lactentes prematuros. Nos estudos realizados até o presente momento, a música conferiu tranquilidade aos pais e à equipe da saúde, não trazendo malefícios ou quaisquer contra-indicações.

A ansiedade é um fator que pode frequentemente alterar os parâmetros cardiovasculares, podendo agravar a dor no pós-operatório. Para seu dimensionamento há a Escala de Ansiedade, cuja sigla é STAI (State Trait Anxiety Inventory). Nesses casos, são administrados ansiolíticos, especialmente benzodiazepínicos; tem-se efeitos colaterais como agitação, hiperatividade e amnésia prolongada. NOCITI 2010 teve como objetivo a análise da terapia musical como efeito anestésico e foi realizado com fones de ouvido conectados a CD players, sendo a seleção das músicas realizada por terapeutas musicais. Para a finalidade de anestesia, foi empregada música relaxante, excluindo a música lírica e as que possuem elevada amplitude dinâmica em virtude de serem hiperativadoras.

Constatou-se redução no consumo de drogas para sedação pré-anestésica e redução da resposta ao estresse em pacientes ambulatoriais no intraoperatório. Portanto, a musicoterapia mostrou-se tão eficaz quanto benzodiazepínicos para controle de ansiedade. Esse estudo mostrou a grande importância da implementação de programas de terapia através da música por anestesiologistas, com ênfase em pacientes ambulatoriais. É interessante, também, a implantação em salas cirúrgicas para os próprios médicos e demais terapeutas se beneficiarem.

A musicoterapia também mostrou-se eficiente quando implementada em pronto-socorro adulto de médio porte. A partir da aplicação de música erudita, 78% percebeu alterações no ambiente de trabalho com a presença de música e 41% acreditou haver melhora individual no desempenho de cada profissional, ajudando em sua organização.

Seu uso também foi pesquisado em pacientes em coma, tanto fisiológico como induzido. O coma é caracterizado por perda total ou parcial da consciência, sendo decorrente geralmente de lesões cerebrais, intoxicação, problemas metabólicos ou endócrinos. Até o presente momento não é possível saber detalhadamente sobre a percepção auditiva e o que acontece no cérebro de pessoas em coma. Entretanto, sabe-se que a audição é o último sentido a ser perdido. Por isso, é necessária cautela com o que é dito à beira do leito.

PUGGINA et al. 2009 realizaram uma pesquisa utilizando o ambiente sonoro com pacientes em coma, submetendo-os a 3 sessões diárias. A expressão facial antes do início de cada intervenção foi observada e anotada. Ao final de cada uma, a expressão foi filmada para posterior visualização e comparação. A escolha da música ocorreu de acordo com o paciente, faixa etária, nível social e origem etnológica. Preferencialmente escolheu-se músicas relacionadas a um momento significativo na vida do paciente, personalidade, experiências relevantes e positivas antes do coma; sendo elas as mais eficazes durante a terapia. Exemplos de reações positivas observadas foram aumento das frequências cardíaca e respiratória, rubor na face e reações comportamentais. Mudanças na respiração também ocorreram, assim como movimento motor fino, abrir e fechar das mãos e rotação cervical. Quando o terapeuta começou a cantar ocorreu aumento da frequência cardíaca, talvez pela tentativa de orientação e reconhecimento do estímulo. Durante o estudo também foi possível observar a relação do paciente com os familiares, assim como entrar em contato direta ou indiretamente com a história particular de cada um deles.

Apesar de serem necessárias mais pesquisas a respeito da musicoterapia, são incontestáveis os benefícios que traz tanto ao paciente quanto à equipe profissional.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


1. HATEM, T. P.; LIRA, P. I. C.; MATTOS, S. S. Efeito terapêutico da música em crianças em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev. Pediatr., v.82, n.3, 2006.

2. ARNON, S. Intervenção musicoterápica no ambiente da unidade de terapia intensiva. J. Pediatr., 87(3):182-185.

3. NOCITI, J. R. Música e Anestesia. Rev. Bras. Anestesiol. v.60, n.5, set./out., 2010.

4. GATTI, M. F. Z; SILVA, M. J. P. Ambient music in the emergency services: the professionals' perception. Rev. Latino-am. Enferm., 15(3):377-83, mai./jun., 2007.

5. PUGGINA, A. C. G.; SILVA, M. J. P. Sinais vitais e expressão facial de pacientes em estado de coma. Rev. Bras. Enferm., 62(3):435-41, maio/jun., 2009.

6. Dicionário Aurélio do Século XXI.




  

segunda-feira, 17 de junho de 2013

LASERTERAPIA

INTRODUÇÃO


O princípio do laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) foi descrito por Albert Einstein já no início do século XX, porém só se tornou um sistema útil do ponto de vista comercial nos anos 60. Nos anos 70, foram introduzidos no mercado novos sistemas de processamento de metais dos quais resultaram vantagens tecnológicas e, atualmente, a tecnologia a laser está presente em todos os setores do cotidiano, tanto comercial como doméstico. Na Medicina e Fisioterapia, ganha cada vez mais espaço através do emprego de diferentes técnicas principalmente por seus efeitos atérmicos, sendo um instrumento poderoso particularmente para a Fisioterapia (TAVARES, 2002). Além disso, o laser muitas vezes faz com que procedimentos cirúrgicos sejam desnecessários (SILVA, 2011). No entanto, há divergência entre pesquisadores e terapeutas acerca dos benefícios terapêuticos do laser uma vez que há resultados divergentes. Tal fato deve-se, principalmente, à falta de padronização metodológica nos estudos realizados, assim como de sua aplicabilidade clínica especialmente nas fases iniciais do reparo tecidual (PIVA et al., 2011).

Em 1962 foi desenvolvido o primeiro laser semicondutor; dois anos mais tarde, um a gás e posteriormente outro molecular de dióxido de carbono foram desenvolvidos, sendo adaptados ao uso terapêutico. Dentre os recursos fisioterapêuticos, encontra-se o laser de baixa potência. Os mais utilizados são os de Hélio-Neônio (HeNe), com comprimento de onda 632,8 nm, forma contínua e cor visível vermelha; e o Arsênio de Gálio (AsGa), com comprimento de onda 904 nm, forma de onda pulsada e cor invisível. Assim como os tipos não utilizados pela Fisioterapia, os utilizados diferem-se entre si pelo comprimento de onda. A escolha do tipo de laser dependerá das condições do paciente e dos objetivos terapêuticos (WEIS, 2005).

A luz que é gerada pelo laser pode ser de modo contínuo, sendo a emissão constante; pseudocontínuos que, na realidade são pulsados, mas com pulsos muito rápidos e intervalo entre eles extremamente curto; e pulsados, emitindo energia com pulsos e intervalos variáveis. Dentre os três tipos de laserencontramos o sólido, o gasoso (HeNe), e o laser diodo ou semicondutor (AsGa). Há como princípios elementares da radiação o espectro eletromagnético, sendo um conjunto de ondas eletromagnéticas frutos de variações de seus comprimentos de onda; monocromaticidade, havendo apenas uma única cor em virtude do agrupamento da maior parte da radiação ao redor de um único comprimento de onda. Na colimação, os raios de luz são paralelos, mantendo a potência óptica do aparelho. Por fim, há a coerência temporal e espacial, onde todos os feixes emitidos possuem o mesmo comprimento de onda, possuindo a mesma fase e as ondas viajando na mesma direção (TOREZAN, 1999). Todas essas característias somadas aos avanços da pesquisa na área da saúde tornam possíveis as aplicações com êxito em diferentes quadros clínicos, segundo o que é apresentado pelo paciente. A ação conjunta com outros recursos fisioterapêuticos é uma das principais vantagens da adesão do laser de baixa intensidade (HAYDAR, 2011).


INDICAÇÕES:


As indicações do laser de baixa intensidade ocorrem de acordo com a área da Fisioterapia em questão. Aplicado em dermato-funcional, é indicado para o envelhecimento cutâneo e rugas, promovendo o crescimento do colágeno pois atua a nível celular. Dessa forma, ocorre a restituição da pele. Na acne, tem ação antiinflamatória, analgésica e cicatrizante. Em casos de fibroedema gelóide, há o estímulo da microcirculação, favorecendo também a reabsorção do edema; ação analgésica e melhora do trofismo e cicatrização do tecido. Nos casos de flacidez tegumentar, o uso do laser tem êxito através da ação sobre a reconstrução do tecido conectivo pelo aumento da proliferação celular que produz reepitelização, efeito acelerador do metabolismo celular que estimula a produção de novas fibras colágenas, e pelo efeito geral biorregulador. Em estrias, a ação ocorre a nível celular, aumentando o número de fibras de colágeno e tensão epidérmica.

Também apresenta bons resultados na aplicação em cicatrizes pós-traumáticas e pós-cirúrgicas, sendo que quanto mais recente for o processo, melhor será o resultado; em cicatrizes cirúrgicas as aplicações podem iniciar após a finalização da intervenção. Nesses casos, a cicatriz pode regridir até se tornar imperceptível (TOREZAN, 1999).

As principais indicações do laser de baixa intensidade na prática clínica, além das aplicações dermato-funcionais, tem sido identificadas como sendo tratamento de feridas, lesões dos tecidos moles, condições artríticas e distúrbios músculo-esqueléticos. No uso para tratamento de feridas abertas e úlceras, na primeira etapa há o tratamento convencional nas bordas da ferida, posteriormente tratando a região central desta. Várias pesquisas relatam a diminuição da dor articular e da inflamação junto com o aumento do estado funcional nas articulações reumatóides, e os distúrbios músculo-esqueléticos têm sua eficácia em virtude da irradiaçãoa nível celular. Quanto a aplicação em casos de dor, pesquisas têm encontrado efeitos analgésicos da irradiação à laser em diferentes tipos de dor crônica, como também em síndromes de dor neuropática e neurogênica (KITCHEN, 2003). Esse feito analgésico é justificado por ter característica antiinflamatória, estímulo à liberação de B-endorfinas, por evitar que haja a redução do limiar de excitabilidade dos nociceptores; eliminação de algumas substâncias e pela manutenção do equilíbrio energético local (VEÇOSO, 1993). O efeito osteogênico ocorre através da capacidade de indução do reparo ósseo, que ocorre através da ação osteoblástica acelerada (CARNEIRO, 2008).

As controvérsias nas pesquisas, incluindo nas mais bem elaboradas, provavelmente são frutos de falhas ao relatar a conduta terapêutica completa, assim como as diferenças nos parâmetros aplicados e distância de aplicação no local acometido (KITCHEN, 2003).


CONTRA-INDICAÇÕES:


Como contra-indicações absolutas, há a irradiação sobre massas neoplásicas ou pacientes portadores de neoplasias e carcinoma, uma vez que pela ação celular do laser será favorecido o desenvolvimento através da neoformação de vasos a partir dos já existentes e aumento na divisão celular mitótica, além do aumento do aporte sanguíneo que favorece o aumento da demanda de nutrientes. A aplicação nesses casos só será aceita em casos de tratamento paliativo. A irradiação sobre a retina levará à cegueira; irradiação sobre focos de infecção bacteriana causará sua proliferação e disseminação e, ao aplicar em áreas de hemorragia, haverá o aumento de fluxo, podendo levar o indivíduo a choque hipovolêmico e morte (TOREZAN, 1999).


Em detrimento da falta de precisão das pesquisas comprovando a ação em úteros gravídicos, há a contra-indicação por profilaxia, assim como para demais condutas relacionadas a eletroterapia. Outro fator de restrição é o cognitivo do paciente e sua confiabilidade, devendo este ser capaz de compreender as condutas que serão aplicadas (KITCHEN, 2003).


Outras condições que devem ser analisadas e possuem contra-indicação parcial referem-se ao tratamento de tecidos infectados, especialmente em feridas abertas, pois a irradiação possui capacidade de estimular a bactéria. Em casos de pacientes com doença cardíaca, uso em gânglios simpáticos e nervo vago, pode haver alterações na atividade neural, apresentando risco inaceitável ou letal. Áreas fotosensíveis ou com histórico de alteração de sensibilidade requerem cautela, mesmo o laser atérmico. Também faz-se necessário cuidado ao tratar pacientes com epilepsia (KITCHEN, 2003).


Com exceção dos achados em pesquisas, as contra-indicações estão diretamente relacionadas com a análise individual de cada caso, considerando as reações orgânicas individuais que cada paciente apresenta. Deve-se, portanto, considerar os riscos e benefícios da conduta utilizando o laser de baixa intensidade e os objetivos da terapia antes de eleger a melhor técnica.


APLICAÇÕES:


Classificam-se basicamente quatro tipos de aplicações na prática clínica, sendo eles a estimulação da regeneração em vários tipos de feridas abertas, tratamento de condições artríticas, tratamento de lesões de tecidos moles e alívio de dor. Tais aplicações foram baseadas nos princípios que regem o laser de baixa frequência. As dosagens e os parâmetros de irradiação devem ser adaptados segundo o problema a ser tratado e, o uso destes de forma inapropriada pode gerar tanto a falta de êxito, quanto consequências mais graves para o paciente.


Além do comprimento de onda, os demais parâmetros relacionados a irradiação são necessários para poder proporcionar a ação adequada de acordo com os objetivos traçados para o tratamento. A potência de unidade, que geralmente é expressa em miliwatts (mW) é geralmente fixa e invariável; atualmente encontra-se aparelhos de alta potência (30 – 200 mW) principalmente porque estas unidades podem emitir uma aplicação específica em um período de tempo mais curto.


A energia é dada em Joules (J), sendo específica para os pontos irradiados ou para a área total a ser tratada através de vários pontos. É calculada através da multiplicação entre a potência de saída (expressa na caneta) pelo tempo de irradiação ou aplicação em segundos.


Segundo pesquisas recentes, temos que a exposição radiante, que é a densidade de energia, é considerada a melhor forma de especificar a dosagem, sendo dada em J/cm². Geralmente é calculada com a divisão da energia emitida pelo tamanho da área da unidade que está sendo tratada.


A frequência de repetição de pulso geralmente é contínua, no entanto há locais no mundo onde já de fabricação o aparelho permite alguma forma de pulsação. Para tais unidades pulsadas, a frequência é medida em Hertz (Hz) e pode variar de 2 até números muito elevados de milhares de Hz.


A potência é medida por unidade de área (mW/cm²), sendo geralmente mantida o mais alto possível através da técnica de aplicação por contato direto, onde realiza-se uma pressão com a caneta em pontos na área a ser tratada, permanecendo em cada um deles durante um minuto. Em contrapartida, a aplicação sem o contato da caneta no tecido alvo irá reduzir a eficácia do tratamento por causa da Lei do Quadrado Inverso e aumento da reflexão na interface da pele.


A técnica de aplicação direta deve ser executada sempre que puder exercendo uma pressão firme na área, uma vez que é mais seguro ao reduzir a visualização acidental. Em especial, o princípio desse tipo de aplicação é maximizar a irradiância no tecido, assim como o fluxo de luz. Além disso, tal aplicação possibilitará que haja a pressão da caneta no tecido alvo com a finalidade de tratar tecidos mais profundos. Outra vantagem é o fato da pressão profunda conduzir as células sanguíneas vermelhas para fora da área de tecido diretamentee abaixo da caneta, reduzindo a atenuação da luz devido a absorção por essas células denominadas de cromóforos (oxiemoglobina e melanina). Pode-se, também, nos casos de tratamento de feridas abertas, usar a caneta de laser direta no local, mas com uma folha de fibra óptica acoplada nela, evitando o contato entre ferida e caneta.


Entretando, há situações em que a aplicação direta na pele torna-se inviável, como nos casos em que a aplicação seja dolorosa demais ou que seja necessário realizar assepsia. Ou, em casos raros, quando os contornos do tecido a ser tratado podem impedir o acoplamento do cabeçote de contato total, sendo necessária a técnica sem contato. Nesses casos, o cabeçote não deve estar a uma distância maior que 1 centímetro da superíficie do tecido ou região a ser tratada. Esta técnica recebe o nome de “varredura”, na qual a aplicação consiste a movimentação da caneta aplicadora, fazendo com que o ponto luminoso “varra” toda a região (KITCHEN, 2003).


Alguns autores afirmam que a densidade de energia depositada deve variar entre 3 a 4 J/cm². Alguns pesquisadores sugerem a tabela abaixo:




Ação antiinflamatória
Ação circulatória
Ação analgésica
Ação regenerativa
1 a 3 J/cm²
1 a 3 J/cm²
2 a 4 J/cm²
3 a 6 J/cm²



(GUIRRO & GUIRRO, 2004).



Além desses parâmetros, deve-se considerar também condições biológicas e fisiológicas do paciente que interferem na eficácia do uso terapêutico de laserde baixa intensidade. Nesses casos, a dosimetria será alterada de acordo com parâmetros pré-estabelecidos, relatados a seguir:





Parâmetro relacionado à evolução da enfermidade:
Casos superficiais e agudos
1 a 3 J/cm²
Casos superficiais e crônicos
3 a 9 J/cm²
Casos profundos e agudos
10 a 15 J/cm²
Casos profundos e crônicos
15 a 20 J/cm²







Parâmetro relacionado à nutrição e hidratação:
Paciente desnutrido ou desidratado
Redução de 1 J/cm²
Pacientes nutridos e hidratados
Sem alterações







Parâmetro relacionado à gordura:
Paciente obeso
Aumento de 1 J/cm²
Paciente desnutrido
Redução de 1 J/cm²







Parâmetro relacionado à melanina:
Paciente Negro
Aumenta 1J/cm²
Paciente Branco
Sem alterações



(TOREZAN, 1999).




Para cálculo do tempo de aplicação deve-se saber qual é a dose em J/cm² que se deseja aplicar, conhecer a potência em W da emissão a ser aplicada (expressa na caneta), e conhecer o tamanho da área a ser tratada em cm² que é calculada pela multiplicação de um lado pelo outro. Tendo todos esses elementos, temos:





T (s) =            Dose desejada (J/cm²) x Área (cm²)

                       -------------------------------------------------------

                                   Potência (w)



CONCLUSÃO:


Na área da saúde, temos o uso particularmente de laser na Medicina e Fisioterapia. Na última, dois tiposse destacam pela eficácia no tratamento de várias patologias ou disfunções que acometem o sistema músculo-esquelético, assim como também na dermato-funcional. São eles o HeNe, usado no tratamento de distúrbios superficiais, e o AsGa, com um comprimento de onda maior, portanto usado para alterações de tecidos profundos. Apesar da comprovação de seus benefícios através de estudos, a falta de padronização e o esquecimento no relato de parâmetros durante as pesquisas têm trazido resultados muitas vezes contraditórios ou com baixa eficácia.


Além disso, há carência de maiores estudos que comprovem as contra-indicações a essa terapia e os parâmetros seguros ou mais apropriados em relação às contra-indicações relativas. Também é aconselhável que haja a execução de mais estudos com a finalidade de estabelecer os benefícios na promoção da regeneração de feridas e, particularmente, a relevância dos parâmetros de irradiação para a aquisição desses efeitos.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


  1. 1. SILVA, G. A. A História do Laser e suas Aplicações. Reunião Regional da SBPC em Boa Vista, 2011.

  2. 2. PIVA, J. A. A. C.; SILVA, V. S.; ABREU, E. M. C.; NICOLAU, R.A. Ação da terapia com laser de baixa potência nas fases iniciais do reparo tecidual: princípios básicos. An Bras Dermatol.,86(5):947-54, 2011.

  3. 3. WEIS, L. C.; ARIETA, A.; SOUZA, J.; GUIRRO, R. Utilização do laser de baixa potência nas clínicas de fisioterapia de Piracicaba, SP. Fisioterapia Brasil, v. 6., n. 2., mar./abr. 2005.

  4. 4. TOREZAN, I.. A. R.; OSÓRIO, N. Laser em Dermatologia: princípios físicos, tipos e indicações. Anais Bras. de Dermatologia. 74(1); 13-20, jun./fev., 1999.

  5. 5. TAVARES, M. R. Efeito do laser terapêutico na cicatrização tendinosa: estudo experimental em ratos. 67f. Dissertação (Mestrado em Bioengenharia) - Universidade São Paulo, São Carlos, 2002.

  6. 6. KITCHEN, S. Eletroterapia: Prática Baseada em Evidências. 11. ed. Barueri: Manole, 2003.

  7. 7. CARNEIRO, L. C.; SANTOS, D. M.; CARNEIRO, F.C. Ações do Laser na Osteogênese. Rev. Digital, Buenos Aires, n.120, mai. 2008.

  8. 8. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias. 3.ed., Manole, 2004.

  9. 9. HAYDAR, M. G. L.; BORGES, L. L.; RODRIGUES, W. C. C. Laser terapêutico e sua aplicação em lesões no tendão do calcâneo: Revisão Bibliográfica.Rev. Saúde e Beleza., mai./2011.

  10. 10. VEÇOSO, M. C. Laser em fisioterapia. São Paulo: Louvosie, 1993.


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