"O ser humano é uma obra prima que não se repete."

quinta-feira, 10 de julho de 2014

TESTES DE OMBRO

TESTE DA LATA VAZIA (JOBE):

Posição de teste: O paciente fica em pé com ambos os ombros abduzidos a 90º, aduzidos horizontalmente a 30º e rotados medialmente de modo que os polegares do paciente apontem para baixo.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo do paciente para elevar os ombros.

Achados positivos: Deve-se suspeitar de comprometimento do músculo supra-espinhal e/ou de seu tendão em caso de fraqueza e/ou relato de dor.

Considerações/Comentários especiais: Fraqueza do músculo supra-espinhoso pode ser resultado de comprometimento nervoso. A dor relatada pode ser indicativo de tendinite e/ou impacto.



TESTE DE YERGASON:

Posição de teste: O paciente senta-se com o cotovelo flexionado 90º e estabilizado junto ao tronco. O antebraço fica em pronação. O examinador apóia uma das mãos sobre o antebraço do paciente e a outra sobre a porção proximal do úmero do paciente próximo ao sulco intertubercular.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo do paciente para supinação do antebraço e rotação lateral do úmero.

Achados positivos: A dor relatada na região do sulco intertubercular é um achado positivo que pode indicar tendinite bicipital.

Considerações/Comentários especiais: Este é um teste difícil de ser realizado. O examinador pode ser mais acurado para diagnosticar tendinite bicipital simplesmente palpando o tendão da cabeça longa do bíceps braquial no sulco intertubercular.



TESTE DE SPEED:

Posição de teste: O paciente fica sentado na mesa de exame ou de pé. O ombro afetado é flexionado a 90º, o cotovelo fica em extensão completa, e o antebraço em supinação. O examinador apóia uma das mãos sobre a face medial do antebraço e a outra mão na região proximal do úmero do paciente próximo ao sulco intertubercular.

Ação: O examinador aplica resistência contra o movimento ativo de flexão do cotovelo do paciente.

Achados positivos: Incômodo e/ou dor no sulco intertubercular é um achado positivo que pode sugerir tendinite bicipital.

Considerações/Comentários especiais: O examinador deve observar cuidadosamente se o antebraço está em supinação e se o paciente não utiliza musculatura acessória que possa mascarar falta de força muscular (compensação).



SINAL DE LUDINGTON

Posição de teste: O paciente fica sentado ou de pé e o examinador coloca-se de pé por trás do paciente. O paciente entrelaça os dedos das mãos e os apóia na região póstero-superior da cabeça.

Ação: O examinador palpa a cabeça longa do bíceps braquial bilateralmente enquanto o paciente contrai os músculos de ambos os lados simultaneamente.

Achados positivos: Aumento de dor é um indicativo de tendinite da cabeça longa do bíceps braquial. Diminuição da tensão no tendão à palpação pode indicar incapacidade ou dificuldade de contração forte do bíceps braquial.

Considerações/Comentários especiais: O paciente deve estabilizar a cabeça umeral durante a contração e empurrar as mãos contra a cabeça para estabilização. A ausência de tensão pode ser resultado de ruptura da cabeça longa do bíceps.



TESTE DA QUEDA DO BRAÇO:

Posição do teste: O paciente senta-se na mesa de exame ou fica de pé.

Ação: O examinador abduz passivamente até 90º o braço afetado do paciente e então orienta o paciente a baixá-la lentamente.

Achados positivos: O paciente é incapaz de levar lentamente o braço até junto do corpo e/ou sente dor significativa quando tenta realizar o movimento. Isto é indicativo de patologia do manguito rotador.

Considerações/Comentários especiais: Se o examinador suspeitar de patologia do manguito rotador antes de realizar o teste, deve estar preparado para auxiliar o paciente no caso de este demonstrar incapacidade de controlar a adução do braço.



TESTE DE APLEY (DA COCEIRA):

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em pé.

Ação 1: O paciente é orientado a levar uma das mãos até o ombro oposto. Repetir com a outra mão para o outro lado.

Achados positivos 1: Resultados assimétricos entre os lados são positivos. A incapacidade de tocar o ombro do lado oposto é indicativa de adução, rotação medial e flexão horizontal na articulação glenoumeral. Limitação na protração escapular também pode produzir resultados assimétricos.

Ação 2: O paciente é orientado a colocar o braço sobre a cabeça e alcançar um ponto atrás do pescoço como se estivesse se coçando. Repetir o movimento para o lado oposto.

Achados positivos 2: Resultados assimétricos entre os lados são um achado positivo. Amplitude diminuída em um dos lados é indicativa de abdução e rotação lateral limitadas, e de rotação superior e elevação da escápula também limitadas.

Ação 3: O paciente é orientado a colocar o dorso da mão nas costas e fazer um pequeno movimento para cima e para baixo. Repetir o movimento com lado oposto.

Achados positivos: Resultados assimétricos entre os lados são positivos. Amplitude diminuída em um dos lados é indicativo de adução e rotação medial limitadas, e de retração e rotação para baixo da escápula também limitadas.

Considerações/Comentários especiais: Cada um desses movimentos é um teste ativo para a mobilidade funcional do ombro. Deve se tomar cuidado para isolar os movimentos comprometidos. Não raro, o paciente apresenta restrição discretamente maior no ombro dominante em comparação com o ombro não-dominante, por causa do aumento da massa muscular no lado dominante. Para os dois últimos componentes, o examinador pode correlacionar o polegar do paciente com o nível do processo espinhoso que está sendo utilizado como referência. O examinador também deve avaliar assimetrias escapulares que possam estar presentes durante os movimentos da articulação glenoumeral.



TESTE CRUZADO DO IMPACTO:

Posição de teste: Paciente sentado. O examinador fica em pé com uma das mãos apoiada por trás do ombro do paciente para estabilizar o tronco e a outra mão apóia o cotovelo.

Ação: Com o tronco do paciente estabilizado, o examinador passivamente realiza adução horizontal máxima do ombro.

Achados positivos: Dor na face superior do ombro indica patologia da articulação acromioclavicular. Dor anterior no ombro é indicativa de patologia do subescapular, do supra-espinhoso e/ou da cabeça longa do bíceps braquial.



TESTE DO IMPACTO POSTERIOR:

Posição de teste: Paciente em decúbito dorsal sobre a mesa de exame com o ombro afetado entre 90º e 110º de abdução e 10º a 15º de extensão. O cotovelo do lado afetado é flexionado a 90º. O examinador fica de pé com uma das mãos segurando o punho e a outra segurando o cotovelo do paciente.

Ação: O examinador lentamente roda o braço do paciente em rotação lateral máxima.

Achados positivos: A ocorrência de dor na face posterior do ombro é indicativa de patologia do manguito rotador e/ou patologia labral posterior.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser confundido com o teste de apreensão ou o de relocação. O teste de impacto posterior produz dor posterior no ombro, enquanto o teste de apreensão produz dor anterior e apreensão. Clinicamente, o teste do impacto posterior está em geral correlacionado com as queixas subjetivas de dor na face súpero-posterior do ombro durante o final da elevação do membro antes de um arremesso ou na natação.



TESTE DO IMPACTO DE NEER:

Posição de teste: Paciente sentado ou de pé com ambos os membros superiores relaxados. O examinador fica de pé com uma das mãos sobre a escápula (por trás) e a outra segurando o cotovelo do paciente.

Ação: Com a escápula do paciente estabilizada, o examinador passivamente realiza flexão máxima do ombro afetado.

Achados positivos: Dor no ombro e apreensão são indicativos de impacto no ombro, particularmente do supra-espinhal e da cabeça longa do bíceps braquial.

Considerações/Comentários especiais: Um teste falso positivo pode ser provocado se o paciente apresentar limitações na flexão do ombro de modo que o impacto não seja o fator de limitação.



TESTE DE IMPACTO DE HAWKINS-KENNEDY:

Posição de teste: Paciente sentado ou de pé com os membros superiores relaxados. Examinador de pé com uma das mãos segurando o cotovelo, e a outra, o punho do paciente, ambas no membro afetado.

Ação: O examinador flexiona o ombro a 90º e então roda medialmente.

Achados positivos: Dor no ombro e apreensão são indicativas de impacto no ombro, particularmente de tendão do supra-espinhoso.

Considerações/Comentários especiais: Este teste tende a ser mais sensível para a avaliação de impacto subacromial.



TESTE DE ESTRESSE DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR:

Posição de teste: O paciente fica sentado com o braço do lado afetado relaxado ao longo do corpo. O examinador fica de pé de frente ao paciente, colocando uma das mãos na extremiadade proximal da clavícula e a outra sobre a espinha da escápula.

Ação: O examinador aplica sobre a clavícula pressão suave para baixo e para trás, observando qualquer movimento na articulação esternoclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da clavícula indica distensão do ligamento esternoclavicular com possível envolvimento do ligamento costoclavicular.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser realizado se houver deformidade observável na articulação esternoclavicular. Deve ser aplicado com cuidado em casos de suspeita de lesão na região da traquéia, aém da patologia esternoclavicular.



TESTE DE TRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR:

Posição de teste: O paciente fica sentado de lado com o ombro afetado relaxado e o cotovelo em flexão de 90º. O examinador fica em pé próximo ao lado comprometido e, com uma das mãos, segura o braço do paciente pouco acima do cotovelo. A outra mão do examinador é colocada sobre a articulação acromioclavicular afetada.

Ação: O examinador aplica sobre o braço suave pressão para baixo, observando qualquer movimento na articulação acromioclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da escápula abaixo da clavícula é positivo, indicando distensão do(s) ligamento(s) acromioclavicular e/ou coracoclavicular.



TESTE DE COMPRESSÃO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR (CISALHAMENTO):

Posição de teste: O paciente senta-se com o braço afetado para fora da mesa do exame. O examinador fica de pé próximo ao lado afetado, apoiando uma das mãos sobre a clavícula do paciente e a outra sobre a espinha da escápula.

Ação: O examinador delicadamente aproxima as mãos e observa qualquer movimento na articulação acromioclavicular.

Achados positivos: Dor e/ou movimento da clavícula é uma indicação positiva de distensão do(s) ligamento(s) acromioclavicular e/ou coracoclavicular.

Considerações/Comentários especiais: Este teste não deve ser realizado se houver deformidade observável da articulação acromioclavicular.



SINAL DA TECLA DO PIANO:

Posição de teste: O paciente fica sentado com o membro afetado relaxado e para fora da mesa de exame, ou fica de ope de frente para o examinador.

Ação: O examinador aplica pressão para baixo, sobre a extremidade lateral da clavícula do paciente.

Achados positivos: O examinador é capaz de abaixar a clavícula até a sua posição normal ao aplicar pressão para baixo e depois observa a clavícula se elevar novamente. O achado é indicativo de instabilidade da articulação acromioclavicular no lado afetado.

Considerações/Comentários especiais: O examinador deve sempre utilizar uma comparação bilateral quando avalia a amplitude da elevação e da depressão da clavícula afetada. Elevação significativa da clavícula pode também indicar comprometimento da articulação coracoclavicular.


(EM CONSTRUÇÃO)


domingo, 15 de junho de 2014

TESTES DA COLUNA VERTEBRAL CERVICAL

TESTE PARA A ARTÉRIA VERTEBRAL

Posição: O paciente fica em decúbito dorsal, e o examinador se posiciona sentado com ambas as mãos sustentando a cabeça do paciente.

Ação: Girar lentamente a cabeça do paciente, e flexionar no sentido lateral a coluna vertebral cervical para cada lado. Observar então se o paciente apresenta vertigem, borramento visual, nistagmo, fala enrolada ou perda da consciência. Cada posição deve ser mantida por 30 segundos.

Achados positivos: Vertigem, borramento visual, nistagmo, fala enrolada ou perda da consciência são indicativos de obstrução parcial ou completa da artéria vertebral.

Considerações/Comentários especiais: Os sinais e sintomas anteriormente mencionados devem ser considerados contra-indicações para tratamentos tais como tração ou mobilização articular na região cervical.




TESTE DE COMPRESSÃO NERVOSA (SPURLING)

Posição de teste: Com o paciente sentado confortavelmente, o examinador apóia as palmas das mãos no alto da cabeça do paciente.

Ação: O examinador aplica pressão para baixo enquanto o paciente flexiona lateralmente a cabeça. O teste é repetido com o paciente flexionando a cabeça para o lado oposto. A flexão lateral pode ser realizada tanto ativamente como passivamente.

Achados positivos: Durante a compressão, um relato de dor no membro superior do mesmo lado que o da flexão da cabeça é positivo. Isto indica a pressão sobre uma raiz nervosa, que pode estar relacionada com a distribuição dermatomal da dor.

Considerações/Comentários especiais: Devem ser tomadas precauções (e possivelmente proibição) quanto à área de compressão vertebral em pacientes que têm diagnóstico de osteoartrite, artrite reumatóide, osteoporose e estenose cervical. Antes de aplicar este teste em especial, o examinador deve realizar o teste da artéria vertebral.




TESTE DE TRAÇÃO

Posição de teste: Com o paciente sentado, o examinador coloca uma das mãos sob o queixo e a outra na nuca do paciente.

Ação: O examinador traciona lentamente a cabeça do paciente para cima enquanto o paciente se mantém relaxado.

Achados positivos: O achado é positivo quando existe relato de diminuição ou desaparecimento da dor durante a tração. Isto indica possível existência de compressão de raiz nervosa quando o paciente mantém a postura e/ou posicionamento habitual.

Considerações/Comentários especiais: A tração da região cervical para avaliação de compressão de raiz nervosa não deve ser realizado se o paciente apresenta instabilidade vertebral. Qualquer aumento da dor pode indicar lesão muscular e/ou ligamentar. O examinador deve realizar o teste da artéria vertebral antes de aplicar este teste em especial.




MANOBRA DA VALSALVA

Posição de teste: O paciente deve estar sentado. O examinador fica de pé próximo ao paciente.

Ação: O examinador pede ao paciente que inspire profundamente e sustente o fôlego enquanto faz força como para ativar o intestino.

Achados positivos: Aumento da dor pelo aumento da pressão intratectal, que pode ser secundária a uma lesão por diminuição de espaço, hérnia de disco, tumor, osteófito no canal vertebral cervical é um achado positivo. A dor pode estar localizada ou referida para o dermátomo correspondente.

Considerações/Comentários especiais: A pressão aumentada pode alterar a função circulatória e causar vertigem ou inconsciência. O examinador deve estar alerta para amparar o paciente.




TESTE DE DEGLUTIÇÃO:

Posição de teste: O paciente deve estar sentado. O examinador de pé próximo ao paciente.

Ação: O examinador pede ao paciente que engula.

Achados positivos: Aumento da dor ou dificuldade para engolir (disfagia) causada por obstrução cervical anterior, tal como subluxação, protrusão de osteófitos, edema de tecidos moles ou tumores na região cervical anterior, é positivo.

Considerações/Comentários especiais: Certifique-se de que a cabeça do paciente esteja em posição neutra, uma vez que a deglutição é mais difícil com o pescoço estendido.




SINAL DE TINEL

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em decúbito dorsal.

Ação: O examinador palpa delicadamente a região próxima ao ponto de Erb. O ponto de Erb localiza-se anteriormente ao processo transverso de C6, aproximadamente 2 centímetros acima da clavícula.

Achados positivos: Um relato subjetivo de alteração sensorial percebida no membro superior homolateral que resulta em aumento da dor ou ausência/diminuição da sensibilidade é considerado positivo, indicando patologia do plexo braquial.


Considerações/Comentários especiais: Esta região é considerada aquela em que o plexo braquial está mais superficial. Um achado positivo deve ser associado a uma avaliação cervical completa prévia para qualquer patologia do plexo braquial.



sábado, 26 de abril de 2014

TESTES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

SINAL DE CHVOSTEK

Posição de teste: O paciente pode ficar sentado ou em pé.

Ação: O examinador palpa o músculo masseter e a glândula parótida.

Consideração/Comentários: Espasmo dos músculos faciais pode também ser resultado de um nível baixo de cálcio no sangue. Um achado positivo desta natureza também pode ser descrito com sinais de Weiss.




TESTE DA CARGA

Posição de teste: Paciente fica sentado ereto.

Ação: O examinador coloca um rolo de algodão entre os dentes molares do lado não afetado e orienta o paciente a morder com força.

Achados positivos: A dor relatada pelo paciente no lado afetado é um achado positivo, que pode ser consequência de um deslocamento anterior do disco.

Considerações/Comentários: O paciente pode ser instruído a mastigar o algodãao, em que de mordê-lo com força. Um achado positivo de dor pode surgir uma variedade de patologias temporomandibulares.




TESTE DA PALPAÇÃO

Posição de teste: O paciente fica sentado, ereto.

Ação: O examinador fica de frente para o paciente e coloca o dedo mínimo sobre as orelhas do paciente. O paciente é orientado a abrir e fechar a boca repetidamente enquanto o examinador aplica pressão em direção anterior com as polpas dos dedos.

Achados positivos: O relato subjetivo de dor ou desconforto durante a abertura ou fechamento da boca, quando se aplica pressão, indica um teste positivo. Este pode ser resultado de inflamação da sinóvia da articulação temporomandibular (ATM).

Considerações/Comentários especiais: O relato de dor pode ser resultado de qualquer patologia da ATM.